segunda-feira, 5 de maio de 2014

O desfralde – parte 2


Lembram que escrevi aqui em outubro do ano passado sobre o inicio do processo de desfralde? Até achei que os sinais apresentados naquela época indicavam um processo rápido e tranquilo, mas não foi...

Não forcei nada, pois queria que fosse algo muito natural e no tempo dela, mas chegou dezembro e a Maria ainda não estava segura.

No recesso escolar (23/12 a 05/01) tentei manter ela o mais tempo possível sem fralda, mas os escapes eram maiores que as idas ao banheiro, no meu retorno ao trabalho, à escola da Maria ainda não tinha retornado as atividades e a Maria ficou aos cuidados da prof. Rê na sua casa. Na casa da prof. Rê ela também foi incentivada a ficar sem fraldas, mas sempre colocávamos a fralda na hora de ir embora ou de dormir.

A escola voltou às atividades e mantivemos essa rotina, tirávamos a fralda durante alguns momentos do dia e em outros a fralda permanecia. Maria ainda não se sentia segura, pedia poucas vezes e mesmo tentando a tática do incentivo com adesivos, o processo não evoluía.

Passado um tempo, a Maria foi acometida por uma das famosas viroses e com a diarreia constante, optei por deixa-la de fralda direto durante os dias que ela não estava boazinha e foi assim que o processo ao invés de evoluir se perdeu.

Maria passou a chorar toda vez que tentava colocar a calcinha, até mesmo sobre a fralda, parecia algo traumático para ela e fiquei sem saber o que fazer. Novamente pensei que deixar ao seu tempo seria a melhor decisão, voltamos a usar as fraldas e não falamos mais no assunto e sendo assim de fevereiro até abril as fraldas voltaram a fazer parte do nosso dia a dia.

No entanto, em um dos nossos encontros com a psicóloga que acompanha a Maria (assunto para outro post), relatei sobre essa minha dificuldade com o desfralde e pedi indicações sobre quais as melhores formas de abordar novamente o assunto com a Maria e quando?

A resposta dela foi que tinha que “forçar” o desfralde diurno, pois a Maria já fala praticamente tudo e é muito esperta, e acima de tudo por que há tempos atrás chegou a ficar períodos longos sem fralda. Que a melhor forma seria mesmo utilizar a recompensa como fator de incentivo, mas que este incentivo devia ser de algo que ela goste muito e que deveríamos ser rígidos, pois caso houvesse algum escape o incentivo não poderia ser concedido de forma alguma.

O retorno que tive por um momento me pareceu assustador, pois como ser tão rígida assim, me pareceu incorreto forçar, fiquei me questionando se ela realmente estava preparada e como fazer caso houvesse escape? Fingir que nada aconteceu? Aplicar a cadeira do pensamento? Aí meu Deus! Como é difícil ser mãe!!!!

Na semana seguinte sentei e conversei com ela, expliquei que ela não é mais um bebê (para a mãe aqui vai ser eternamente), que já é uma mocinha e que por isso deve usar calcinha durante o dia e deixar as fraldas apenas para a hora de dormir. Expliquei também que podiam ocorrer alguns acidentes, mas que devia evita-los e que por cada dia que ela ficasse sem nenhum acidente ela iria ganhar um pirulito e balinhas de goma (sua maior alegria e tristeza do dentista).

Hoje fechamos a primeira semana deste desfralde “forçado” e sabe que tem dado bons resultados! Têm dias com acidente, às vezes mais de um acidente outros dias sem nenhum acidente e muitas balinhas.

Minha conclusão... A Maria precisava deste meu posicionamento mais firme, dizer o que era correto fazer, premiar, mas também “punir” quando necessário. Ela de certa forma estava pedindo para a mamãe aqui ser mais dura, eu não percebia isso, achava que deixar por ela era mais ameno e correto.

Inconscientemente me parecia que dessa forma mais leve minha filha iria me amar mais e consequentemente querer estar mais junto de mim, mas essa experiência (entre outras que ainda vou postar) me mostrou que quando se é mãe essa questão de certo ou errado é complicada, e principalmente que pela percepção da criança ser exigente não significa não gostar e sim uma forma de amor, carinho e respeito por ela.

Veremos as cenas dos próximos capítulos... Beijos, Gisa.

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