Lembram que escrevi aqui em
outubro do ano passado sobre o inicio do processo de desfralde? Até achei que
os sinais apresentados naquela época indicavam um processo rápido e tranquilo,
mas não foi...
Não forcei nada, pois queria que
fosse algo muito natural e no tempo dela, mas chegou dezembro e a Maria ainda
não estava segura.
No recesso escolar (23/12 a
05/01) tentei manter ela o mais tempo possível sem fralda, mas os escapes eram
maiores que as idas ao banheiro, no meu retorno ao trabalho, à escola da Maria
ainda não tinha retornado as atividades e a Maria ficou aos cuidados da prof.
Rê na sua casa. Na casa da prof. Rê ela também foi incentivada a ficar sem
fraldas, mas sempre colocávamos a fralda na hora de ir embora ou de dormir.
A escola voltou às atividades e
mantivemos essa rotina, tirávamos a fralda durante alguns momentos do dia e em
outros a fralda permanecia. Maria ainda não se sentia segura, pedia poucas
vezes e mesmo tentando a tática do incentivo com adesivos, o processo não evoluía.
Passado um tempo, a Maria foi
acometida por uma das famosas viroses e com a diarreia constante, optei por deixa-la
de fralda direto durante os dias que ela não estava boazinha e foi assim que o
processo ao invés de evoluir se perdeu.
Maria passou a chorar toda vez
que tentava colocar a calcinha, até mesmo sobre a fralda, parecia algo traumático
para ela e fiquei sem saber o que fazer. Novamente pensei que deixar ao seu
tempo seria a melhor decisão, voltamos a usar as fraldas e não falamos mais no
assunto e sendo assim de fevereiro até abril as fraldas voltaram a fazer parte
do nosso dia a dia.
No entanto, em um dos nossos
encontros com a psicóloga que acompanha a Maria (assunto para outro post),
relatei sobre essa minha dificuldade com o desfralde e pedi indicações sobre quais
as melhores formas de abordar novamente o assunto com a Maria e quando?
A resposta dela foi que tinha que
“forçar” o desfralde diurno, pois a Maria já fala praticamente tudo e é muito
esperta, e acima de tudo por que há tempos atrás chegou a ficar períodos longos
sem fralda. Que a melhor forma seria mesmo utilizar a recompensa como fator de
incentivo, mas que este incentivo devia ser de algo que ela goste muito e que
deveríamos ser rígidos, pois caso houvesse algum escape o incentivo não poderia
ser concedido de forma alguma.
O retorno que tive por um momento
me pareceu assustador, pois como ser tão rígida assim, me pareceu incorreto
forçar, fiquei me questionando se ela realmente estava preparada e como fazer
caso houvesse escape? Fingir que nada aconteceu? Aplicar a cadeira do
pensamento? Aí meu Deus! Como é difícil ser mãe!!!!
Na semana seguinte sentei e
conversei com ela, expliquei que ela não é mais um bebê (para a mãe aqui vai
ser eternamente), que já é uma mocinha e que por isso deve usar calcinha
durante o dia e deixar as fraldas apenas para a hora de dormir. Expliquei
também que podiam ocorrer alguns acidentes, mas que devia evita-los e que por cada
dia que ela ficasse sem nenhum acidente ela iria ganhar um pirulito e balinhas
de goma (sua maior alegria e tristeza do dentista).
Hoje fechamos a primeira semana
deste desfralde “forçado” e sabe que tem dado bons resultados! Têm dias com
acidente, às vezes mais de um acidente outros dias sem nenhum acidente e muitas
balinhas.
Minha conclusão... A Maria
precisava deste meu posicionamento mais firme, dizer o que era correto fazer, premiar,
mas também “punir” quando necessário. Ela de certa forma estava pedindo para a
mamãe aqui ser mais dura, eu não percebia isso, achava que deixar por ela era
mais ameno e correto.
Inconscientemente me parecia que
dessa forma mais leve minha filha iria me amar mais e consequentemente querer estar
mais junto de mim, mas essa experiência (entre outras que ainda vou postar) me
mostrou que quando se é mãe essa questão de certo ou errado é complicada, e
principalmente que pela percepção da criança ser exigente não significa não gostar
e sim uma forma de amor, carinho e respeito por ela.
Veremos as cenas dos próximos capítulos...
Beijos, Gisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário