Este é o mês do meu aniversário,
mês dos meus dois aniversários!!!
Sim, isso mesmo, no dia 10 eu
comemoro os meus 28 anos de vida e 5 anos de renascimento.
Hoje paro, olho para trás e sinto
até certa melancolia ao relembrar tudo o que já vivi e as experiências que
adquiri.
A 5 anos atrás, no dia 11 de
março, começava um dia normal como todos os outros da minha vida: trabalho,
faculdade, casa e a novidade da época era marido... kkk... Sim, o Marcilio e eu
estávamos morando juntos há 20 dias.
Por volta das 10 horas da manhã a
minha vida começou a mudar, a dor de cabeça presente na minha vida há tantos
anos, passou a ser insuportável e enlouquecedora. E foi assim que eu conheci o
Hospital Regina, que naquele ano tornou-se a minha segunda casa.
É incrível como os profissionais
da saúde menosprezam uma dor de cabeça, mas anjos existem e foi neste momento
que eles começaram a fazer parte da minha vida.
O Dr. Felipe Cecchini, neurocirurgião,
ficou com uma “pulga atrás da orelha” ao me conhecer e não se contentou em simplesmente
me medicar e mandar embora. Reservou imediatamente uma sala e fez a primeira de
muitas pulsões lombares daquele ano. Resultado: hipertensão craniana (pressão
alta no crânio), ou seja, algo realmente estava errado e eu deveria ficar “baixada”
para investigar melhor.
A partir daí exames de sangue,
tomografias, ressonâncias e exames oftalmológicos passaram a ser rotina na
minha vida. Assim como medicações de todos os tipos, vários acessos perdidos
(veias) e muita comida sem sal (eca!).
Os primeiros resultados dos
exames eram confusos e assustadores, os médicos não esclareciam direito, várias
vezes a palavra tumor era adotada, em outras a palavra cirurgia cerebral. O Dr.
Google nessas horas também não ajudou muito, sim a explicação era detalhada e
perfeita, mas deixava a mim e a minha família mais assustados, e agora quem não
estava nada bem era o meu psicológico.
Neste momento um segundo anjo
apareceu na minha vida, o Dr. Eduardo Camargo, endocrinologista, finalmente ele
explicou o que eu tinha e como isso podia afetar a minha vida. Diagnóstico:
Adenoma na Hipófise ou um tumor benigno na hipófise. Hipófise = glândula localizada
no interior do cérebro responsável por comandar a produção de hormônios do
corpo humano.
Falando em hormônios, vocês fazem
ideia de quantos hormônios o nosso corpo produz? Eu não sabia, mas até os
nossos ossos tem hormônios, são mais de 50 tipos de hormônios diferentes distribuídos
em todas as partes do nosso corpo. E quem comanda tudo isso? A tal da hipófise.
Bem, foi aí que o Dr. Eduardo
explicou que a minha hipófise tinha uma massa benigna que media em torno de 3cm
e que devido ao inchaço da glândula essa havia sangrado provocando assim o
aumento da pressão do crânio e a imensa dor de cabeça que eu sentia. Os riscos
eram: repor pelo resto da vida todos os hormônios, pois a glândula poderia
parar de trabalhar a qualquer momento, a cirurgia até então necessária devido
ao sangramento, a perda de visão devido ao aumento da pressão craniana e os
sintomas causados pelo descontrole hormonal (pele seca, perda de cabelo, ganho
de peso, sonolência, náusea, etc, etc).
Ufa!! Alguém explicou alguma
coisa!!! Sim, era grave, mas as perspectivas eram as melhores e os riscos eram
menores do que imaginávamos. De qualquer forma o ano de 2008 passou com muito
tratamento, muita morfina, muita dor, muitas internações, mas também muita cumplicidade,
amor, carinho e fé.
Lembro como se fosse hoje o Dr.
Felipe ligando para me desejar Feliz Aniversário e me dizer que eu não
precisava mais da cirurgia. Muitos sentimentos se misturaram naquela hora...
Era o dia do meu aniversário, eu estava internada a mais de 30 dias, minha
cirurgia marcada para dali a algumas horas, a dor ainda era forte, ainda neste
dia precisei de injeção de morfina... mas o sangramento tinha cessado e o
inchaço da glândula desaparecido... O tratamento estava fazendo efeito. Viva!!!
E assim os anos se passaram, o
tratamento cessou, a reposição de hormônios não foi mais necessária, não perdi
a visão, enxergo direitinho (apesar de ter rompido as fibras do nervo ótico do
olho direito) e o meu maior medo que era o de não poder engravidar por causa
dos hormônios descontrolados, como vocês podem ver foi só medo... kkk
Então por isso que este mês eu
comemoro a vida, a vida que a minha mãe me deu e depois a vida que eu
reconquistei!
Tenho muito que agradecer as
pessoas que estiveram do meu lado naquela época e que estão ao meu lado até
hoje, obrigado família e amigos queridos por todo apoio, amor e carinho que
vocês sempre me deram. Amo vocês!!
E foi assim que a minha vida recomeçou, assim que aprendi a me reinventar todos os dias, por isso que sim sofri e às vezes ainda sofro por causa das rasteiras da vida, como a minha separação, mas nada mais me abala. Todo dia é dia de recomeçar, é dia de buscar novos sonhos, é dia de ser feliz, é dia de viver!!
* Impossível esquecer as noites que
a minha mãe e o Marcilio passaram deitados naquela poltrona desconfortável. O
dia das mães que a mãe passou no hospital para ficar ao meu lado, ou ao
romântico dia dos namorados comemorado também no leito do hospital com um xis
coração sem sal... kkk
* Ou esquecer o jornal que todas as
manhãs o meu pai levava para eu ler, sem falar no book fotográfico que ele
produziu no hospital.
* Ou ainda, as ligações diárias da
minha irmã só para saber como eu tinha passado a manhã, a tarde, a noite... kkk
* Impossível esquecer a minha
querida tia Anilse, que hoje é um anjo que ilumina a minha vida de algum lugar,
roncando na poltrona ao meu lado... kkk
* Ou ainda, os risoles e as
panquecas com zero sal que a tia Loiva fazia para que eu comesse algo diferente
da comida do hospital.
* Minha querida amiga Mara que
ainda não sabia, mas que não passamos a noite sozinha no hospital, o Henrique
já nos acompanhava.
* Os amigos da Amizade Verdadeira
que se fizeram presentes em visitas e também no dia do D, pois eu falava com o
Dr. Felipe ao telefone quando chegou um presente da turma com um cartão gigante
que ainda guardo com muito carinho.
* E ainda, os amigos e colegas da
Embratec que se fizeram presentes também com visitas, mensagens e presentes.
Além de nos apoiarem neste momento difícil e me receberem depois de um ano, como se eu nunca tivesse me ausentado.
* E por fim, mas não menos
importante, como esquecer toda a equipe de enfermagem e de serviços gerais (copeiras,
cozinheiras, faxineiras) do Hospital Regina que me acolheram e acolheram a minha
família, fazendo com que os meus dias dentro do hospital fossem mais leves e
alegres, apesar da situação.
E foi assim que a minha vida recomeçou, assim que aprendi a me reinventar todos os dias, por isso que sim sofri e às vezes ainda sofro por causa das rasteiras da vida, como a minha separação, mas nada mais me abala. Todo dia é dia de recomeçar, é dia de buscar novos sonhos, é dia de ser feliz, é dia de viver!!
Até pq devo isso as pessoas que
me amam e principalmente ao presente que Deus me deu. A minha fofolete que amo
tanto e que é a razão da minha vida!
A razão da minha vida:
E uma pequena homenagem aos amigos que fiz e aos
momentos que vivi, fotos do meu aniversário de 23 anos:
Desejo à todos um ótimo mês de junho!!
Bjs, Gisa.
Mana, quase morri chorando ao ler e relembrar tudo que passamos com vc.
ResponderExcluirRealmente vc e tds nós temos muito a comemorar.
Ti amo mana!
Viva a vida!
Que lindo Gisa. Uma grande história de vida. Bjoss
ExcluirGisa você é uma guerreira, mas nunca se esqueça de agradecer a Deus, porque D'ele e pra Ele são todas as coisas!bjs te amo!
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